sábado, 31 de dezembro de 2011

meu ano é novo sim.

Aceitar que todos os anos são sempre iguais?
Que começam cheios de promessas e planos,
Que começam coloridos e insanos
E acabam sem muito a acrescentar?
Não, isso eu jamais faria.

Até meu fatalismo me mostra isso.
Porque as coisas são não como de fato acontecem,
Mas como nos acontecem.
E por mais que se repitam vez ou outra,
Repetem-se para intrigar, de modo peculiar, surpreendente.

Surpreender não é sempre bom, mas é.
E por mais que alguns-muitos dias não sejam bons,
Eles sempre são, sempre estão lá,
Sempre nos lembrando da vida
E de tantas coisas lindas que só existem porque existimos nós.

Se me perguntar, já sabe o que responderei
Sobre como foi esse ano-passandinho-já.
Quanto ao meu-ano-novo,
Do qual só eu sei por hora,
Devo dizer que tem um quê de tudo.

Tem dança e tem cor.
Tem verde e tem esperança.
Se tem você?
Ora, talvez tenha mesmo.
E talvez dure até o fim.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Soneto?

Parecia que não, mas sempre soube que ela estava cansada de tudo aquilo.
Porque o tão esperado esperar já havia se transformado em espera dia desses
E isso não era nada bom.
Bom para quem? - Ela se perguntava.

Seu coração está com pressa.
Sua cabeça vaga por aí e se deixa esquecer embaixo de um chapéu.
Insanidade, talvez.
Mas a loucura com certeza está longe de tudo o que sente.

Ou de tudo o que acha que sente.
Ou daquilo que reluta em admitir.
Ou do que quer e não quer.

Será mesmo que o som daqueles passos têm compassado sua vida?
Será mesmo que aquele nome tem morado em sua boca?
Ela nunca se permitiu pensar em ser de alguém.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

pot pourri

sozinha e ninguém,
não há mais o que falar.
pois se me sinto incompetente, preguiçosa e dissimulada
pois se ando ansiosa e flutuante
pois se sou essa confusão mesmo,
tudo isso misturado numa caixa de memórias
não poderia esperar outro desfecho.

cruel? irônico? trágico?
inssosso e gritante!
ou apenas inssosso, que seja.
e eu, culpando a lua e a grama,
percebendo-não-percebo que é aqui
onde as desculpas não têm vez.

porque é sempre assim.
porque triste foi você estar do meu lado,
e eu sabendo-não-saber.
mas, triste mesmo é eu só poder ouvir o som dos seus passos
e nem ao menos conhecer sua voz.

dissimulá-la,
dissimulada que sou.
imaginá-la,
mas eis me aqui.

nas linhas e em tudo que vai entre elas.
no vão das mãos,
e nas marcas que esses pés meus deixaram há um tempo.

onde?
all the lonely people, where do they all come from

?

domingo, 16 de outubro de 2011

e você do meu lado

não queria que acabasse.
queria que tivesse começado.
oh, impossibilidade articulatória!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Uma carta perdida de Rosa

Você.
Sim, você mesmo
Foi quem me deu o que escrever hoje,
talvez ontem e antes,
talvez amanhã também.

Você que nem sequer apareceu,
mas me dá ainda mais motivos para
sorrir, chorar
dançar, dançar, dançar
sorrir, rir
sonhar
esperar pelo que há de vir.

Se existe, sei que de mim não sabe.
Se existe, sei muito menos de você.
Mas, ainda assim, espero
e sabe disso.
Espero quando tudo fica laranja.
Quando tudo fica escuro. E estrelado.
Quando meus pés roçam grama orvalhada
e meus lábios, dentes-de-leão.

Espero na fita, na fila,
Fantasiada de estou-bem-obrigada.
É razão de tudo.
Explicação de tudo.
Do vagar,
Do rumar
Devagar.

Digavar quando já é tarde,
mas, mesmo assim, tão cedo
para ir embora.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

um bom desaniversário?

Seu e meu. Meu e seu.
Ou só seu, se preferir.

Porque eu simplesmente não sei
se já falei disso com você…
Da impotência que sinto em ajudar,
em tornar as coisas mais leves.
Na maioria das vezes.
Da impotência que já escrevi em algum lugar.

Mas, saber do que sei me deixa
profundamente
triste.
Faz com que todos esperem meu aniversário
mais do que eu mesma.
Talvez por me sentir como uma
mãe que adotou e adotei.
Talvez por ser tudo isso
e tanta coisa
todos os dias
para mim.

Se quiser
venha
fale
chore.
Se quiser vir falar
até soluçarmos em uníssono.

Até eu conseguir te levar para um mundo
que é seu
que é meu
que é seu
e só seu.
Um mundo particular de cada amizade.
Um mundo particular de nós
e de tudo que tenho compartilhado
só com você.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O que escapa a todos nós.

Agora que já terminei tudo,
Posso fazer isso.
O que eu queria fazer há muito tempo.

Não sei se ajuda. Nem sei se aceita essas ínfimas linhas.
Mas, elas estão aqui para pintar o que seus filmes fazem
em sua fotografias, e daí
em minha vida.

Estão aqui como abraços-apertados,
doces-crocantes, doces-coloridos, doces-doces.
Como uma única grama bem verde.
E, do lado dela, um trevo perdido que eu só achei
porque queria dá-lo a você.
Como a carta mais bonita,
escrita em uma máquina-louca-de-escrever.
(ou datilografada, como até os duendes diriam!)

Sinto que minhas palavras sejam demasiado... bobas.
Porque leio o que escreve, leio o que lê
e elas parecem assim.

Eu nem sei.
Só queria que ficasse bem.

domingo, 31 de julho de 2011

oh, my!

Hoje parece que há em mim
uma vontade tão grande de escrever.

Mas, como tudo que há,
também há minha imensa falta de iniciativa.

Também pudera!
Os eus-interiores nunca estão onde deveriam.

Sempre estão lá
dançando freneticamente na balada do louco.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

digusting

Eu lhe escreveria um poema inteiro.
Mas, isso me faria chorar agora.
E o faria chorar depois.

Não precisamos de nada disso.
Aliás, não precisamos mais disso.

Note que nem me atrevi a usar uma mesóclise.
Quando era necessária e bem-vinda.
Porque sei que não gosta.

terça-feira, 28 de junho de 2011

[falha no recebimento do sinal]

Falta aguda. Visceral.
E não é porque eu queira dar um toque de realismo ao que escrevo.
Nem de surrealismo de Dalí de Kahlo de seja lá quem for.

Falta do que já foi e não é mais.
Falta do que já foi e já foi tarde.
Falta do que não foi e tarda em vir.

Sei que nada deveria se basear na falta.
Mas, falta-me evidência de que isso se realize.
Assim como me falta coragem de assumir.

Assumir que penso demais enquanto escrevo.
Que penso mais do que vivo. Que penso que vivo.
Que finjo viver em um mundo que é só meu.

domingo, 22 de maio de 2011

Isso é tudo?

Espero que, quando tudo isso acabar,
não esteja eu também acabada.

Porque sei que assim não sou,
e sim o contrário, a outra mão
como hoje já disse.

Inacabada.

E são promessas também assim.
Leituras. Escritos.
Sonhos. Planos.

Sentimentos. Inacabados.
E mal resolvidos.
Que andam a tirar-me
os ventos, as folhas, os grãos.

Só restam as cinzas
daquilo que nem sei
mas que não há dúvida
ter sido incinerado.

Quem é você?
Deixe para responder depois.
Depois do entardecer de quarta-feira.

sábado, 7 de maio de 2011

I dreamed a dream.

talvez nem faça tanta diferença eu lhe dizer isso,
mas suas fotos são lindas.
e me fazem querer ir para paris ainda mais...

nem títulos me vêm

Há tempos já não mais escrevo.
Porque nada o faria rir. Ou chorar.
Nada seria incrível.
Seria mais do mesmo.

Demais do mesmo.

sábado, 16 de abril de 2011

Desvacances.

essas férias fora de hora
que me fizeram tirar
fazem parecer que estou tirando férias da vida.
eu queria isso.
eu queria?

domingo, 10 de abril de 2011

fatolindo

Há pessoas que só encontro em meus sonhos.
Há pessoas que sonho todos os dias em encontrar.

sábado, 26 de março de 2011

servirão as desculpas?

Eu sei que eventualmente tenho desejos muito 'neverlandeses'.
Porque, às vezes, é tão difícil deixar algo para trás.
Na verdade eu nem sei se devo fazer uma apologia de tudo o que tenho feito.

Eu simplesmente não consigo deixar. Deixar para lá. Deixá-lo.

Exorcisar… é isso o que me disse?
Sabe do meu desconhecimento.
Por enquanto, eu nem quero saber o que significa.

terça-feira, 22 de março de 2011

lóquere!

Fui assim acordada na noite passada.
E os lençóis, mal-passados,
Traduziam o correr de meus últimos dias.

Não sei de onde vinha a voz.
Se existia?
Ou se era o simples excesso
De verbos depoentes latinos.
Mas, me convenci de que deveria falar.
Ego loquor. Eis daí que nascem os eloquentes.

Se as saudades eram infundadas
Se os quereres eram ainda mais
Que importava?
Verdadeiros são os sentimentos espontâneos.
Mas, uma vez que falta espontaneidade no mundo,
Verdade não poderia esperar encontrar.

Mesmo assim encontro.
Assim como a flor de Drummond que nasce do asfalto,
Pouco me importa se serei ouvida e receberei resposta.
Apenas me comprometo com minha fala
A mostrar aquilo que é
E que vive geralmente escondido
Em meus sonhos.
Em meus lençóis mal-passados.

quinta-feira, 17 de março de 2011

dream•o•graph

como assim nenhuma coreografia?
e como assim uma coreografia? uma?
coreografias são coreografadas no momento,
com aquelas certas emoções despertadas a cada vez.

um quê de angústia bem Graciliano Ramos.
muita dor.
uma ponta de insanidade.

é o que consigo descrever.

--tasteless--

Hoje parece que a vida não está pra poesia.
A minha vida.
Porque sinto tudo tão sem graça,
Que nada que eu escrevesse de fato exisitiria.
Isso é bem pior que angústia.
Porque ela me faz criativa até um certo ponto.

Isso me tira a vontade de escrever porque
Me tirou antes
Aquilo que eu tinha vontade.

E, tudo bem, pode reclamar de mim
Para o time dos normativistas
Que se julgam cultos demais.

segunda-feira, 14 de março de 2011

--poetryless--

Hoje é o DIA NACIONAL DA POESIA.

E, só por isso, eu não vou escrever uma.
Digo, não sei o que escrever em uma.

sexta-feira, 11 de março de 2011

II

Tell me why.
And I'll tell you why I cry.

I

Hoje ela é triste, e não o contrário. Porque descobriu ser de louça.
E, justo quando tinha de, não podia dançar no sétimo céu.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Você bem sabe

Eu queria que voltasse a escrever…

Já faz um mês,
e eu estou literalmente perdida sem suas linhas.
e eu estou apaticamente aliteral sem suas palavras.
e eu estou prosadamente-e-poeticamente finalizada sem tudo.

Já faz um ano,
e eu estou sem notícias,
sem abraços,
sem nada.

Já faz bem mais do que isso,
e ponto.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Stop being so, so, so...

Só porque de repente me vem uma saudade louca. Insana.
Só porque não é tão de repente assim.
São imagens. Letras. Cartas.

E então eu não sei pra onde se vai, nem se se vai.
E eu tenho medo daquilo que não sei.
E, se lágrimas aparecem, eu tenho mais medo ainda.

Medo por não saber se são pelo medo ou pelas saudades.

Agora não tenho ninguém a quem perguntar.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

tudo vs. zero

Deveria parar de reclamar que muito tempo está sendo perdido.
Isso não é como perder pessoas.
Isso é perder aquilo que sou a cada dia.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Falling - not in love

É a lágrima que cai. É a cabeça que cai. É o corpo que cai.
E, aí, caiu todo o resto.

Como se tudo de repente fizesse sentido,
De repente não fizesse mais,
De repente desfizesse,
E então nem o sentido existisse mais.

E deixar-se-iam de lado tantas bobagens semânticas.

Eu queria que estivesse aqui.
Eu queria estar aí.
Mas, está e estou e não nos demos conta disso.
Eu não soube o que dizer. Você nem queria fazer isso.
E ficamos como duas folhas perdidas numa tarde sem graça.

Lágrima. Cabeça. Corpo.
Tudo.
The past is gone.
Mas eu não queria que fosse assim.

Ineffable

( _____________________________________ )

Crônicas Incolores

As minhas anotações não servem de nada.
Porque eu sempre as escrevo
em lugares que não lembro
em linhas que apagam
em letras mal resolvidas
mal acabadas
que mal serão lidas.

Pela cidade, sempre podemos encontrar alguém.
Alguém bacana, é o que digo.
Disse que é questão de prática, que um dia se descobre…
Descobre-se um jeito de fazer diferente e melhor.

Eu ri.

CINZA
BRANCO
CINZA
Peguei o trem e parti.

IÔ-IÔ

Eu fui ao MASP.
Eu comprei uma revista bacana.
Eu anotei idéias aí enquanto estava nesse lindo-lugar.

Eu deixei tudo em São Paulo: idéias, revista, até a pontinha do meu coração.
Eu não sei quando volto pra lá.

Bom, eu voltei. Pra cá.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Again. Again. Again.

Por que alguém continuaria algo com a certeza do insucesso do resultado?
É isso que me pergunto
todos os dias.
É com isso que pesadêlo
todas as noites.
É isso que tenho obrigado a preencher
todas as tardes.

I'd like to be under the sea in an Octopus's garden,
mas eis-me aqui.
Aqui estarei amanhã, depois,
até que eu coloque meus tênis mais bonitos e saia por aí.
até que essas cartas fechadas por giz-de-cera derretido me levem pra viajar.
até que rodopiando, rodopiando, rodopiando, rodopiando, eu entre em órbita.

E não mais volte.
Faria falta?
Seria um ótimo desfecho. Isso sim.

Mas, isso é o oposto daquilo que espero.
Que tenho tentado todos os dias.
Ficar perto das pessoas.

Aqui estarei amanhã, depois…
Porque aqui estou hoje.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

"Um chamado João"

João era fabulista?
fabuloso?
fábula?
Sertão místico disparando
no exílio da linguagem comum?

Projetava na gravatinha
a quinta face das coisas
inenarrável narrada?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?

Tinha pastos, buritis plantados
no apartamento?
no peito?
Vegetal êle era ou passarinho
sob a robusta ossatura com pinta
de boi risonho?

Era um teatro
e todos os artistas
no mesmo papel,
cirando multívoca?

João era tudo?
tudo escondido, florindo
como flor é flor, mesmo não semeada
Mapa com acidentes
deslizando para fora, falando?
Guardava rios no bôlso
cada qual em sua côr de água
sem misturar, sem conflitar?
E de cada gôta redigia
nome, curva, fim,
e no destinado geral.
Seu fado era saber
para contar sem desnudar
o que não deve ser desnudado
e por isso se veste de véus de novo?

Mágico sem apetrechos,
civilmente mágico, apelador
de precípites prodígios acudindo
o chamado geral?
Embaixador do reino
que há por trás dos reinos,
dos podêres, das
supostas fórmulas
do abracadabra, sésamo?
Reino cercado
não de muros, chaves, códigos,
mas o reino-reino?

Por que João sorria
se lhe perguntavam
que mistério é êsse?
E propondo desenhos figurava
menos a resposta que
outra questão ao perguntante?

Tinha parte com...
(sei lá o nome)
ou êle mesmo era
a parte de gente
servindo de ponte
entre o sub e o sôbre
que se arcabuzeiam
de antes do princípio,
que se entrelaçam
para melhor guerra,
para maior festa?

Ficamos sem saber o que era João
e se João existiu
deve pegar.

21.11.1967 - por Carlos Drummond de Andrade, publicado no 'Correio da Manhã' 3 dias depois da morte de João Guimarães Rosa. Dois amados.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

TCC - Teoria Circunstancial do Caos

CHAOS.
Muito mais bonito do que simplesmente 'caos'.

Tanto me ocorreu entre ontem e hoje.
Mas, nada que eu tenha de fato vivido.
Isso continua assim...

Bom que nada atrapalha. Isso aqui.
Ainda que muita coisa já faça isso.

E és assim, um aglomerado de coisas.
Caótico. Nada simples mesmo.

Um ronronar de películas.
Um desenhar de sons desconhecidos.
Um emprestar de paixões. Mas, só daquelas platônicas.

Por enquanto.
Pois, se tiveste a sorte, yo no la tuve.

Sorry, dude.
The end.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Desejo Primeiro:

Eu queria querer de um jeito tão inconsequente a ponto de não mais respirar.

O que devia ter sido feito. E não foi.

Eu só preciso esquecer de certas coisas,
talvez desistir delas.

Porque eu quero ficar mais perto das pessoas.

Mas, isso,
Só depois de arrumar meu armário.