segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

P.A.D. (Poema Anual Dois)

Engraçado o ano acabar numa segunda-feira
de céu escuro, chuvinha miúda,
latidos insistentes e estridentes,
nada de música.

Engraçado eu, ultimamente,
querer que tudo se acabe com samba,
sem vendas nos olhos,
com os pés no chão.

Porque ontem me ocorreu que
as raízes vêm do chão
Embora as influências venham de toda parte
a penetrar olhos, boca, ouvidos…


- Esse chão que me foi tão presente nesse ano,
por estar sempre aí, como dizem, a embasar a vida. -
Que ele fique, pois, permitindo nosso "deixar desestabilizar-se",
acabando com toda e qualquer espera descabida.

Acho que é isso que quero de um ano novo novo mesmo.
Além, claro, de continuar dançando com as palavras,
acreditando naquilo que é mágico, mesmo que não se mostre assim.
Mesmo que não se mostre.

Amanhã nada será diferente em nossos arredores,
provavelmente.
Ou em nossos corpos.
Agora, o que se poderá dizer de nossas intencionantes cabeças?



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